Reino Eterno Online

089. Ocultação divina

📇 Referências: At 17:28,Mt 7:7,Rm 1:20
✍🏻 https://youtu.be/FGCbR94TBNo
🔖 Notas_de_estudo,Apologética_e_história,Objeções_ao_Cristianismo

Resumo do vídeo de Glenn Scrivenner

O Problema da Ocultação Divina

O problema da ocultação divina descreve o fenômeno onde os não-crentes buscam ativamente a Deus, mas não conseguem encontrá-Lo, apesar das alegações teístas de um Deus amoroso que deseja um relacionamento com todos os seres.

J.L. Schellenberg rotulou isso como não-ceticismo não-resistente, onde os indivíduos não estão epistemicamente ou emocionalmente opostos a Deus, mas não experimentaram Sua presença.

Este problema é análogo ao 011. Problema do mal, desafiando a ideia de um Deus que ama a todos se tais não-crentes não-resistentes existirem.

Mateus 7:7 - ALMEIDA

7. Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.

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Alex O’Connor, famosamente, afirma que ele é um exemplo de alguém que “pediu e não recebeu, buscou e não achou, bateu e a porta não abriu”.

Uma pré-condição plausível para um relacionamento com Deus é saber que Ele está presente, tornando Sua ocultação problemática para uma divindade que ama a todos e deseja conexão.

Jesus é necessário para entender e resolver este problema.

Três Esclarecimentos Sobre a Ocultação Divina

1. É um Problema?

A ocultação divina é um problema genuíno se houver um Deus amoroso que busca comunhão, em vez de algo que possa ser facilmente “resolvido”.

Experienciar a ausência sentida de Deus como um problema está alinhado com os temas das escrituras e a intuição humana, sugerindo um anseio por um relacionamento que o ateísmo não pode explicar suficientemente. Minimizar o problema diminuiria a bondade de um Deus que realmente deseja comunhão.

2. Somos Não-Resistentes?

O conceito de não-crença não-resistente deve ser desafiado, pois toda a humanidade, incluindo os crentes, exibem resistência constante a Deus por meio de atos egoístas, orgulho e impaciência.

Na narrativa cristã, a resistência da humanidade é tão profunda que, quando Deus apareceu como amor encarnado (Jesus), as pessoas escolheram crucificá-Lo em vez de abraçá-Lo.

Deus é consistentemente retratado como o buscador, enquanto a humanidade tende a se esconder, como Adão no Jardim do Éden.

3. Somos Não-Crentes?

O orador sugere que a crença é inerente à experiência humana, e que todos estão constantemente tendo uma experiência divina.

Atos 17:28 - ALMEIDA

28. porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois dele também somos geração.

A consciência humana, a razão, a retórica e a emoção, juntamente com a declaração bíblica “em Deus vivemos, nos movemos e existimos,” podem ser vistas como experiências divinas profundas.

Usando a analogia de Shakespeare e Hamlet, a incapacidade de Hamlet de compreender Shakespeare não se deve ao fato de Shakespeare ser menos pessoal, mas a Hamlet ser menos pessoal; da mesma forma, a percepção limitada da humanidade sobre Deus não nega a natureza pessoal de Deus ou Sua presença constante.

Duas Intensificações do Problema

1. Difusão Geográfica das Religiões

A distribuição geográfica das crenças, onde o local de nascimento é um indicador estatisticamente confiável de afiliação religiosa, intensifica o problema da ocultação divina.

Por exemplo, nascer em Roma torna uma pessoa mais propensa a ser católica do que se nascer em Moscou, e Connecticut é 70% cristão enquanto a Tailândia é 95% budista. Isso desafia a ideia de que “o que pode ser conhecido sobre Deus é claro para eles… de modo que as pessoas estão sem desculpa,” se evidências convincentes parecem estar distribuídas de maneira desigual geograficamente.

Romanos 1:20 - ALMEIDA

20. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;

Por outro lado, o cristianismo é apresentado como a única fé verdadeiramente global, com adeptos amplamente dispersos pelos continentes (por exemplo, 25% na América Central/Sul, 22% na África, 15% na Ásia), ao contrário do Islã (95% no Oriente Médio, África, Sul da Ásia), do Budismo (88% no Leste Asiático) ou do Hinduísmo (92% na Índia/Sul da Ásia).

A visão de mundo secular moderna também é geograficamente restrita, representada principalmente por europeus brancos e pela anglosfera, sugerindo que a disseminação global é uma vantagem para o cristianismo em relação a outras crenças e ao ateísmo.

2. Julgamento

O problema é intensificado pela questão do juízo divino: se alguém que nunca ouviu o Evangelho é condenado ao inferno, isso representa uma questão teológica significativa para o Cristianismo.

A resposta é confiar em Jesus como o juiz, o qual é singularmente qualificado por ter “descido do banco do juiz para o banco dos acusados” e recebido a sentença mais severa Ele mesmo.

Alternativas a Jesus como juiz (outro juiz ou nenhum juiz) são problemáticas: outro juiz careceria da influência global e da compaixão de Jesus, enquanto nenhum juiz deixaria as injustiças do mundo sem compensação.

Uma Resposta ao Escondimento Divino

A Parábola do Rei e do Mendigo de Kierkegaard

A parábola de Søren Kierkegaard explica a ocultação de Deus como um ato necessário de humildade para estabelecer um relacionamento genuíno e consensual com a humanidade. Na parábola, um rei ama uma mendiga e, para conquistá-la e obter seu verdadeiro consentimento, vive como um mendigo, compartilhando a ignomínia de sua vida.

Este encobrimento da glória real permite ao plebeu compartilhar da dignidade real do rei, demonstrando que Deus (como o rei) deve se aproximar da humanidade (o pobre) com humildade para buscar um relacionamento.

Jesus encarna essa resposta, pois Deus “se escreve na história” em carne e osso, aproximando-se da humanidade com humildade.

👨‍💼 Adam Foerster